18.4.12

AQUELA SOBRE O CÉLIO TURINO

Tem dia que a postagem não sai de jeito maneira. Mas tem maneiras de fazer as postagens saírem em alguns dias. Desde domingo eu estou lendo, entre um trabalho e outro, o livro “Ponto de Cultura – O Brasil de baixo para cima”, do Célio Turino. InsPIRAÇÃO pura. O Célio é um cara como poucos. Como poucos mesmo. Tive o prazer de o conhecer em abril de 2010 durante o lançamento do Ponto de Cultura Morarte, parceria entre o Sarau do Binho e o Movimento Pelo Direito à Moradia – MDM. Foi a primeira vez que o nome “Escola de Notícias” esteve em alguma produção. Emocionante. Sigamos.




No livro, Célio conta de uma forma absolutamente leve, literária, mágica, como foi o processo de construção do Programa Cultura Viva / Pontos de Cultura. E apresenta vários cases Brasil afora. Conta Célio que, a pedido de Gilberto Gil, desenhou em apenas duas madrugadas a espinha dorsal de uma iniciativa que hoje é inspiração e modelo para diversos países e tema de inúmeros trabalhos acadêmicos. Além da caneta, certeza que o Célio usou também o Amor pelo fazer cultural para escrever tudo em duas madrugadas. Isso mesmo, burocratas de plantão, duas madrugadas. Fazer acontecer hoje e agora.

Eu não vou contar o livro inteiro. É muita coisa bonita para pouco espaço. Mas se alguém quiser de presente, apesar de eu só ter um, me mande um e-mail que assim que eu terminar de ler ele será seu. > tony@escoladenoticias.org < Mas tenho que destacar duas coisas, senão não valerá a pena essa postagem


1 – Em 2010 eu viajei por algumas cidades Brasil afora fazendo um trabalho para o Ministério da Cultura. Lugares pelos quais eu me apaixonei profundamente. Muito pelas ideias, mas bem mais pelas pessoas que estão por lá. Em especial o bairro da Liberdade, em São Luis  - MA e o Nascedouro de Peixinhos, Recife / Olinda – PE (aqui começou a nascer o movimento Mangue Beat). Dois lugares que de tão incríveis, que de tão lindos, só poderiam ter nascido das mãos das pessoas que estão lá. Toda vez que a minha fé no que propus a fazer se enfraquece (sim, isso acontece com tudo mundo), me lembro em especial desses dois lugares; das historias que ouvi, das pessoas que conheci, e de como eles nunca desistiram de ser felizes, enquanto o restante do Brasil se preocupava em ter razão (como diz a Natty Mancio). Lembrar que existem pessoas assim, e que é nelas que temos que nos inspirar, é a melhor forma de fazer renascer a fé.  Deixemos de “mimimi”, e vamos fazer acontecer agora.
Nascedouro de Peixinhos, Olinda, PE.

2 – Tem um trecho do livro que quero compartilhar. Aliás, há vários, mas não cabem aqui. Um em especial para contar todo o resto. É uma referencia ao Eduardo Galeano. Diz assim:


“A utopia, assim como a linha do horizonte, está sempre à frente. Caminhamos alguns passos e o horizonte se desloca à frente, caminhamos novamente e mais adiante o horizonte se apresenta. ‘Para quê serve o horizonte, então?’, pergunta. Para isso mesmo, para que nos coloquemos em movimento. O horizonte/ utopia serve para caminhar”.

E o cara que desenhou um programa que hoje está em todo país não foi nem ao menos eleito Deputado Federal em 2010. E o cara que viajou cada pedaço do país para “de-silenciar” as oportunidades de acesso a recursos nem ao menos é o Ministro da Cultura.  Ou coisa que o valha.

O sistema é foda, parceiro.
O Capitão Nascimento tinha razão.

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