12.6.12

AQUELA SOBRE OS LIVROS NO FERIADÃO

Li muito na última semana. Ora pode vontade própria, ora por absoluta falta de opção. Na verdade, quem dera se todas as nossas faltas de opções rendessem mais e mais leituras, não é? E quem a gente não precisasse só mover os olhos para querer um livro, ao tédio do teto de casa ou de um hospital.

Sigamos.

Comprei meio que sem querer, no domingo passado, o último romance do Jô Soares – As Esganadas. Sempre tive um pé atrás com o Jô, mas depois de devorar em quinze dias “O Xangô de Baker Street” ano passado (As Esganadas terminei em 6 dias), eu passei a me interessar pelas coisas que ele escreve – e isso não inclui aquelas frases de botequim que sempre são compartilhadas no Facebook. As Esganadas é engraçadinho, divertido, tem umas tiradas bem interessantes, mas das coisas que li do Jô, essa, sem dúvida, é mais fraca. Saí com a sensação de que a história ainda iria começar, e ela já estava terminando. Fora que achei a narrativa muito parecida com “Xangô”. Bastante mesmo. Mas leia, leia. Vale a pena. Só por ter um personagem português (Tobias Esteves) que inspirou Fernando Pessoa a escrever “Tabacaria”, já vale a pena.

Aí, como já estava com a mão na massa, resolvi revisitar algumas coisas. Há alguns anos, acho que 5 ou 6, eu li um conto chamado “A Estranha Máquina Extraviada” - aqui para ler - e fiquei encantado pelo tema e narrativa (Com Regina e Jane, no Projeto Arrastão, esse texto até serviu pra agradecer doação de impressora hahahaha). Os personagens, o cenário, era tudo tão bonito, que ficou marcado pra mim. A história me lembrou muito minha cidade – Salinas, em Minas Gerais. Fui pesquisar sobre o autor, José J. Veiga, e acabei descobrindo outro texto maravilhoso dele, que também fala sobre a chegada de elementos estranhos à uma realidade – A Usina Atrás dos Morros, de 1959. Esse, infelizmente, não achei o link na internet. Recomendo demais esses dois contos. O segundo, então, é triste demais, mas bem a cara da modernidade que chega arrasando tudo com a desculpa do progresso. (aqui tem uma análise bacana das obras de Veiga).

E ao ler “A Usina Atrás dos Morros” eu acabei me lembrando do Sarau da Roça – Vida no Chão e, consequentemente, do Daniel Fagundes. O conheci em 2008, no Núcleo de Comunicação Maré Alta, e virei fã de seus textos depois que comprei “Lágrima Terra”, que ele publico junto com o André Luiz. Os dois são do NCA – Núcleo de Comunicação Alternativa. Em “Negro Guerra”, Daniel terminou assim seu texto. E isso ficou na minha cabeça.


"Dramático é perambular pela casa com insônia,
enquanto as mulheres da nossa quebrada
sonham em brilhar como Antônias!".

Lembra alguma música esse trecho, esse título, esse ritmo de escrita?
E tudo isso pra dizer nada. Só queria escrever mesmo. E dizer que revisitei todos esses livros, só lembrando de um, e pulando pra outro. E depois pra outro, pra outro.
Ler, assim como rir, ainda pode ser o melhor remédio pra muita coisa.

24.4.12

AQUELA SOBRE O "SISTEMA" E P. FERNANDES


O poeta, historiador, sociólogo, filósofo e policial nas horas vagas, Capitão Nascimento, disse certa vez: o sistema é foda, parceiro. E é. Quando alguns amigos, principalmente ligados ao movimento Hip Hop, falavam sobre o “sistema”, eu sempre imaginava uma imagem escura, tipo um demônio, vestido uma cartola, com várias pessoas, nós, amarrados a cabos, como se fossem marionetes. O sistema seria ele, a vítima, nós. Essa é a imagem que eu sempre tive.
Preste atenção nessa foto. Daqui a pouco explico
Aí veio um belo dia, e entendi o que era o tal Sistema. Eu era o Sistema. Ou, eu contribuo pro Sistema existir. Não em período integral, mas toda vez que reproduzo algo que não gostaria que fizessem comigo. Ou que soubesse que é errado, mas mesmo assim fizesse. Aqui, várias justificativas: ah, todo mundo faz. Ah, apenas eu vou ficar pra trás? E por aí vai.



O Sistema é a manutenção do status quo. Daquilo que oferece ganhos a alguém, que normalmente não somos nós, reles mortais. O “jeitinho brasileiro” que faz o Sistema existir, o esquema feito no Imposto de Renda anualmente que faz o Sistema existir. O NetCat que faz o Sistema existir. O que fazemos no trabalho, na família nos faz ser parte de um Sistema maior; mundial. E aqui estamos vencendo; olhem só a Europa como está? Todo Sistema um dia morre...pra nascer outro.



O Sistema é alimentado pela falta de caráter, de vontade, de bondade e de paciência. Pelo julgamento excessivo e pela falta de julgamento. Pela vontade de ganhar dinheiro, ou de não gastar nenhum, e mesmo assim descansar em berço esplêndido. Eu nunca quis “brigar com o Sistema”. Ele é tão grande, tão complexo, que é burro, falho. Tem brechas. Permite que você, eu, e quem mais quiser, possa usar dele próprio, o Sistema, para combatê-lo, derrubá-lo. Ou não é isso que o Yunus faz com o Grammen Bank? Quer um Sistema mais poderoso que o financeiro? E mesmo assim Yunus conseguiu, entre suas falhas, suas inseguranças, criar uma alternativa a ele próprio. Genial. Acredito nisso: usar o Sistema para resignificar o Sistema.
O Sistema é a manutenção do status quo. Daquilo que oferece ganhos a alguém, que normalmente não somos nós, reles mortais. O “jeitinho brasileiro” que faz o Sistema existir, o esquema feito no Imposto de Renda anualmente que faz o Sistema existir. O NetCat que faz o Sistema existir. O que fazemos no trabalho, na família nos faz ser parte de um Sistema maior; mundial. E aqui estamos vencendo; olhem só a Europa como está? Todo Sistema um dia morre...pra nascer outro.

O Sistema é alimentado pela falta de caráter, de vontade, de bondade e de paciência. Pelo julgamento excessivo e pela falta de julgamento. Pela vontade de ganhar dinheiro, ou de não gastar nenhum, e mesmo assim descansar em berço esplêndido. Eu nunca quis “brigar com o Sistema”. Ele é tão grande, tão complexo, que é burro, falho. Tem brechas. Permite que você, eu, e quem mais quiser, possa usar dele próprio, o Sistema, para combatê-lo, derrubá-lo. Ou não é isso que o Yunus faz com o Grammen Bank? Quer um Sistema mais poderoso que o financeiro? E mesmo assim Yunus conseguiu, entre suas falhas, suas inseguranças, criar uma alternativa a ele próprio. Genial. Acredito nisso: usar o Sistema para resignificar o Sistema.

Isso é usar o Sistema contra o Sistema. Olha esse exemplo. A Internet sempre traz coisas interessantes. Desde segunda, quando vi, estão rolando fotos de famosas sendo compartilhadas.Um Jpeg preto com a foto da Paula Fernandes (?) em destaque. Começou com uma foto da linda Babi Rossi, ontem. E uma chamada com o título “escândalo nacional”. Ao lado, uma série de informações sobre o Ficha Limpa.

E você deve estar se perguntando o que a Paula Fernandes (?) tem a ver com o Ficha Limpa? Com as informações que estão ao lado de sua imagem? Nada. Absolutamente nada. Alguém teve a sacada que as pessoas clicam se rolar uma foto de famoso, um título que chama ao escândalo. E materializou essa ideia. Acho genial. Perfeito. Mais honesto e inteligente que ficar dizendo “vocês só curtem bobagem enquanto o Brasil tá na merda”. 


As pessoas estão usando o Sistema contra o Sistema.
Achei uma das mais belas sacadas da internet dos últimos dias.

Em tempo, a Babi continua linda.
Casaria no primeiro horário vago na igreja mais próxima.

21.4.12

AQUELA SOBRE A BRASÍLIA CINZA


Sempre fui apaixonado por boas histórias, pela política, por JK.  Por sua biografia, trajetória e utopia. Todas elas, a começar pela crença na bondade do outro acima de toda e qualquer coisa. Ele se machucou muito por isso. Quando tomei consciência de que o mineiro Juscelino foi quem empreendeu Brasília, passei a ser apaixonado também pela cidade. Em 2010, graças a um trabalho para o Ministério da Cultura, pude conhecer a cidade que sempre sonhei conhecer. Linda. Do começo ao fim. De tudo. Até o fim de dia em Brasília é diferente, encantador, romântico. Apaixonante.


"Genial" Oliveira Gonçalves - G.O.G: o poeta do RAP. Também de Brasília.

Transferir a capita do Rio de Janeiro para o centro do país não foi uma ideia genial nascida na cabeça de JK, mas uma percepção. E uma promessa, dizem. Conta a biografia de presidente Bossa Nova que durante um dos comícios que fez por todo o Brasil, JK teria sido questionado por um agricultor: quero ver se o senhor é homem de palavra se cumprir o que tem na constituição: transferir a capital do Brasil para o planalto central. JK procurou saber mais sobre que o agricultor queria dizer com aquilo, e fez a promessa; mudaria a capital para o meio do Brasil se fosse eleito presidente. E foi.  E fez.  (Desde a primeira constituição da república, havia um dispositivo que previa a mudança da Capital Federal do Rio para o interior do país, no Planalto Central. Isso foi escrito em 1891. E aquele agricultor sabia disso).

Brasília foi um desafio, e um sonho. Construir uma capital inteira, do nada, no meio do mato – sem tom pejorativo. Muita gente morreu, conta a História. JK quase sofreu processo de impedimento, continua a História. Mas ela, Brasília, foi feita, erguida, criada. A cidade tem muitas lendas.  E histórias. Uma delas, a mais famosa, é descrita pela egiptóloga Iara Kerns e o empresário Ernani Figueras Pimentel no livro “Brasília Secreta”. O livro é fascinante. Sabia que Brasília é igualzinha uma cidade egípcia de mais de 3 mil anos atrás chamada Akhetaton? Os prédios, os símbolos de poder, de governança, todos eles ficam exatamente onde ficavam os de Akhetaton. Impressionante. Vale muito a pena ler esse livro, que apesar de curto, é maravilhoso. E inacreditável.

A primeira coisa que fiz quando cheguei em Brasília foi comprar esse livro, pois não o achava aqui em São Paulo.

Abaixo, dois vídeos sobre o livro, e as “coincidências” da cidade egípcia com Brasília. Os filmes são curtos e ruins. Trilha horrível e Off pior ainda, mas desconsidere tudo se conseguir, e concentre-se nas lindas histórias. Valem a pena.

Parte 1


Parte 2


Brasília, como cidade, é um presente pros meus olhos. Sou apaixonado por lá, mesmo tendo ido apenas uma vez. Mas sei que vou voltar. E pra morar algum tempo. O maior defeito de Brasília é ser a capital do país, mas quem governa é esperto. Sabe que uma capital longe de tudo, longe de todos, é meio caminho andado para evitar pressão do cidadãos.

Uma pena.

Feliz Aniversário, Brasília. Eu amo gostar de você.

18.4.12

AQUELA SOBRE O CÉLIO TURINO

Tem dia que a postagem não sai de jeito maneira. Mas tem maneiras de fazer as postagens saírem em alguns dias. Desde domingo eu estou lendo, entre um trabalho e outro, o livro “Ponto de Cultura – O Brasil de baixo para cima”, do Célio Turino. InsPIRAÇÃO pura. O Célio é um cara como poucos. Como poucos mesmo. Tive o prazer de o conhecer em abril de 2010 durante o lançamento do Ponto de Cultura Morarte, parceria entre o Sarau do Binho e o Movimento Pelo Direito à Moradia – MDM. Foi a primeira vez que o nome “Escola de Notícias” esteve em alguma produção. Emocionante. Sigamos.




No livro, Célio conta de uma forma absolutamente leve, literária, mágica, como foi o processo de construção do Programa Cultura Viva / Pontos de Cultura. E apresenta vários cases Brasil afora. Conta Célio que, a pedido de Gilberto Gil, desenhou em apenas duas madrugadas a espinha dorsal de uma iniciativa que hoje é inspiração e modelo para diversos países e tema de inúmeros trabalhos acadêmicos. Além da caneta, certeza que o Célio usou também o Amor pelo fazer cultural para escrever tudo em duas madrugadas. Isso mesmo, burocratas de plantão, duas madrugadas. Fazer acontecer hoje e agora.

Eu não vou contar o livro inteiro. É muita coisa bonita para pouco espaço. Mas se alguém quiser de presente, apesar de eu só ter um, me mande um e-mail que assim que eu terminar de ler ele será seu. > tony@escoladenoticias.org < Mas tenho que destacar duas coisas, senão não valerá a pena essa postagem


1 – Em 2010 eu viajei por algumas cidades Brasil afora fazendo um trabalho para o Ministério da Cultura. Lugares pelos quais eu me apaixonei profundamente. Muito pelas ideias, mas bem mais pelas pessoas que estão por lá. Em especial o bairro da Liberdade, em São Luis  - MA e o Nascedouro de Peixinhos, Recife / Olinda – PE (aqui começou a nascer o movimento Mangue Beat). Dois lugares que de tão incríveis, que de tão lindos, só poderiam ter nascido das mãos das pessoas que estão lá. Toda vez que a minha fé no que propus a fazer se enfraquece (sim, isso acontece com tudo mundo), me lembro em especial desses dois lugares; das historias que ouvi, das pessoas que conheci, e de como eles nunca desistiram de ser felizes, enquanto o restante do Brasil se preocupava em ter razão (como diz a Natty Mancio). Lembrar que existem pessoas assim, e que é nelas que temos que nos inspirar, é a melhor forma de fazer renascer a fé.  Deixemos de “mimimi”, e vamos fazer acontecer agora.
Nascedouro de Peixinhos, Olinda, PE.

2 – Tem um trecho do livro que quero compartilhar. Aliás, há vários, mas não cabem aqui. Um em especial para contar todo o resto. É uma referencia ao Eduardo Galeano. Diz assim:


“A utopia, assim como a linha do horizonte, está sempre à frente. Caminhamos alguns passos e o horizonte se desloca à frente, caminhamos novamente e mais adiante o horizonte se apresenta. ‘Para quê serve o horizonte, então?’, pergunta. Para isso mesmo, para que nos coloquemos em movimento. O horizonte/ utopia serve para caminhar”.

E o cara que desenhou um programa que hoje está em todo país não foi nem ao menos eleito Deputado Federal em 2010. E o cara que viajou cada pedaço do país para “de-silenciar” as oportunidades de acesso a recursos nem ao menos é o Ministro da Cultura.  Ou coisa que o valha.

O sistema é foda, parceiro.
O Capitão Nascimento tinha razão.

12.4.12

AQUELE SOBRE A TV CULTURA

Certa vez a TV Cultura veio ao Campo Limpo trocar uma ideia sobre o Escola de Notícias. Se liga.

5.4.12

SEVIROLOGIA DA NATUREZA

A natureza e sua pegada
E a Natureza, espertinha feito um Deputado Federal pego recebendo propina, e que nega tudo veementemente, mais uma vez mostra que tem lá sua dose gigante de Sevirologia. No quintal de casa, entre uma estátua e outra, uma goteira provocada por chuva antiga andou deixando a sua marca, e lembrando que não adianta jogar cimento em tudo, pois a terra não consegue respirar. Ow, me deixa respirar!





3.4.12

LUZ, PORTA E AÇÃO!

Eu escrevi três textos sobre a incrível arte de perder a fé. Em si e no outro. Todos impublicáveis. Reescritos e desistidos, antes mesmo da revisão. Então, fazer da porta uma oportunidade de criação foi a única escapatória saudável para falar sobre a Sevirologia de Ser. Aquela em que a dia a dia a gente improvisa o que somos, na esperança de achar uma resposta útil até meados no ano.

Aqui, canetinhas, porta de casa e uma máquina fotográfica transformam um questionamento em uma animação até que apresentável.



Simples, com erro, mas sincera.
Mas como eu gostaria que as coisas fossem.

1.4.12

CINEMA #3 e #4 e uma Ideia Galaxy

É tanta coisa que nem sei se dou conta. É um tal de anota aqui, anota ali, busca informação. Recupera. Volta a fita, volta a fila. Vamos ao resumo do que foi a última aula do Curso de Cinema da Escola São Paulo. Nunca o ditado de que é minha visão torta e turva das aulas fez tanto sentido. Numa semana onde eu vi a luz (alguém aí já se perguntou por qual motivo o Othon Bastos sempre faz papel de quem está no céu, no paraíso, etc?) e saí correndo pro outro lado aos gritos de "ainda não é hora", a gente recapitulou na aula prática um pouco sobre os profissionais que são necessários para fazer um filme acontecer.

É genial saber que existe um cara que cuida daquele cinzeiro, aquele que fica no cantinho da tela, sabe, para que ele faça sentido não somente para a cena, mas que também não seja totalmente desconectado com o restante da história. Ou que tem um cara que tira e bota luz, faz e retira sombra, colore, descolore, até dizer chega, só pra ajudar a dar o exato tom de emoção que aquela cena precisa? Não é genial ter alguém para cuidar de todos esses detalhes? Cada vez mais eu percebo que fazer cinema é mais e mais um jogo coletivo e colaborativo. O diretor pode até ganhar a fama e a mansão em Fortaleza, mas se não fosse o eletricista ele não teria a luz que precisava para suas ideias (sem trocadilhos).

Dito isso, Bruno Carneiro, oooo professor, nos convidou a apresentar ideias de roteiros de no máximo um minuto para gravarmos. Isso mesmo: já estamos com a mão no "rec". Depois de contar nossas ideias mirabalontes, eis que elegemos uma para o primeiro teste dessa turma como uma equipe de produção.

A história é simples: dois amigos sentados em um bar, falando amenidades ao vento, entre um gole e outro de água com gás, quando um deles, Tiago Luiz, "the actor", irá ver uma mulher espetacularmente apaixonante passando bem próxima. E a dúvida: Tiago irá ou não irá falar com ela? Tiago irá ou não irá conseguir uma atenção toda especial? Estaria ela, Thais,  a atriz, na mesma sintonia emocional de Tiago?

Então, o mini metragem tem esse enredo. Cada um na turma ganhou uma função. E começamos a gravar. E na próxima quinta-feira já rola a edição. E eu, cuja melhor aquisição de 2011, eleita por mim mesmo foi um Samsung Galaxy, tratei de fazer um making off muito do matrero usando apenas o celular! O celular, brother! (eu ainda vou fazer um programa de TV usando o Galaxy, anote aí e me cobre depois!).

Então, não liguem para a edição. Eu não sou nessa história. Mas de Sevirologia eu até que manjo. Viva o celular! Que ainda insistem em usar apenas para fazer ligações...
Aê, turma, essa é pra vocês.

OBS: a frase do Tiago no começo do vídeo não representa o que ele pensa, viu? É que no diálogo os dois amigos estão um pouco desgostosos com seus relacionamentos.



Como vocês podem ver, fazer cinema não é fácil. E passar para cena seguinte também não. Thais, a nossa bela atriz, só ficou fazendo charme e pedindo café quente para a produção.
Aprender o que quer que seja é ou não espetacular? E tem gente que ainda não gosta de aprender coisas novas.
Vai entender...

SOBRE A MENTIRA DO "SER"

Deve ter sido dificil inventar esse negócio de mentira, né?! Mas o cara que a criou deve estar rico e rindo a uma hora dessas. Se divertindo com a zona que a terra virou. Mas que é coisa de quem não tem o que fazer, isso é. De quem não tem na alma nem na cara um restinho de honra, isso é.

Sua cara não queima de mentir não, menino?!

Deve ter sido dificil inventar esse negócio de mentira, né?!  Em "O Primeiro Mentiroso", a ideia foi justamente brincar com isso: como nasceu a mentira na historia da humanidade? Junte uma pipoca e uma Coca Cola e veja esse filme. Vale a pena. Não é mentira não!


Eu tenho pra mim, e pros meus botões, que a mentira nasceu ainda no tempo do Paraíso. Naquela historinha lá de Eva e Adão, lembra? Que Deus, numa das várias conversas com Adão, teria perguntado o que ele achou de Lilith, sua primeira companheira de lote (jura que você sempre acreditou que Eva fosse a primeira?).
E Adão, que não admitia o fato de Lilith ser autonoma e não abaixar a cabeça pra ele, desandou a fazer queixas à Deus, dizendo isso e aquilo, que ela não varria o quintal, não colhia as frutas na época certa, não deixava ele jogar o seu coquinho aos fins de semana, e coisa e tal, e tal e coisa. Deus, sem pestanejar, a chamou pra uma DR e aí, foi-se. Além de perder Lilith, que depois se mostrou uma bela de uma cobra peçonhenta, Deus ainda teve que mostrar muita sevirologia daquelas para tirar de uma costela, veja só, de uma costela, ela: Eva.

Aqui, pelo que narra a história, nasceu não apenas a mentira, mas também o machismo.

Tem gente que diz que mente apenas socialmente. Tem gente que é a própria mentira em carne e osso. Tem vidas inteiras que são puras mentiras deslavadas. Ou discursos de mudar o mundo, quando não se quer mudar nem a si próprio. Blah! Quanta mentira.

Tem gente que constrói décadas inteiras de mentira em cima de mentira. E tem gente ganhando território, mentindo. Pra si e pro outro. Tem mentiras destruindo verdades inteiras. Construindo neuroses inteiras. Fazendo pessoas perderem futuros inteiros. Construindo novas pessoas, baseadas em velhas mentiras. Mentira?

Tem gente que mente por não suportar a realidade. E há quem mentiu tanto que não consegue mais sair dela. Tem gente que já mentiu tanto, que ninguém mais acredita. Tem gente que não acredita mais em ninguém, por acreditar que tanta bondade alheia só pode ser mentira. E tem quem acha esse texto uma grande mentira. Mentira!

Há quem enganou a morte, mentindo pra ela. Enganou a falta de saúde, mentindo pra ela.  E há quem viva enganando a vida, mentindo pra si mesmo; que está feliz, que está realizado, que ama a todos, que quer ajudar o próximo. Oremos para que o próximo esteja pensando o mesmo. E que não seja apenas uma mentira de 1º de abril.

Tem gente que não suporta mais mentiras. Suas e alheias.
E tem gente começando apenas agora no ramo de mentir.
Existem diversas mentiras sendo contadas apenas com recortes de verdades.
Fique atento. Quando te oferecerem um caminho mais curto pra felicidade, fique atento.

É tudo mentira.
Inclusive tudo que você achou de semelhança entre esse texto e sua realidade.

31.3.12

O RESULTADO DO CO-PENSAR

A brincadeira era simples e não requeria prática nem tampouco habilidade: criar um artigo colaborativo usando para isso apenas a minha rede de amigos no Facebook. O nosso "word" seria o espaço de "comentários". E o convite surgiria assim, um depois do outro, um copiando o próximo que iria continuar o artigo. E não é que funcionou? Um pouco de tudo e de todos em 2 mil caracteres.

O artigo saiu no "Cidadania", uma publicação mensal do Grupo de Cidadania Empresarial (CGE) da Fundação Cásper Líbero, com apoio da Gazeta Esportiva.Net e da Agência de Notícias Gazeta Press. Obrigado ao Shima, Fábio e Dorly por dividir essa experiência diferente e única por esse jornal. Tenho certeza disso.

Jornal Cidadania: Fundação Cásper Líbero
Para quem quiser ler o artigo completo é só clicar aqui.
O artigo foi co-construído no Facebook.
Entenda como foi o processo clicando aqui.

20.3.12

O QUE AS CRIANÇAS QUEREM PARA O MUNDO?

De verdade, tem dia que é tão corrido, que mesmo postar no Twitter parece impossível.

Eu sei, essa frase parece impossível, mas é verdade.

Depois de 21 horas acordado, uma recompensa: se divertir, mesmo exausto, fazendo a única que sei.  Mesmo que eu durma em todo o trajeto de volta pra casa pelo trem.

Ontem, 19, o Escola de Notícias - com a participação mais que querida do Jamerson Mancio, o JF Boy, participou da co-construção da rádio interna do Cidade Julia / Frei Tito, organização social da zona SULper. Os adolescentes de lá já tem os equipamentos, só precisavam de insPIRAÇÃO. Acho que a gente contribuiu com isso.
E ela, a inspiração, veio pelo exemplo, pela diversão, pela brincadeira, pelo lúdico. Pois quem tem cara fechada não ensina nada. E aprende menos que isso.

Só para não dizer que não falei das flores, hoje reavivei muito o texto da Maria Eduarda, escrito para a Rádio CBN SP. Musicada pelo Milton Jung, ele foi ao ar no "Mais São Paulo". Quando o escrevi, estava indo encontrar a linda e querida Liz para um café  que nunca se repetiu (#ficaadica). A Maria Eduarda entrou e mudou todo o ambiente do ônibus. Feliz por essa, ainda, mágica do mundo infantil.


E por falar nelas, o It's Noon está querendo saber o que crianças querem para o mundo. Se tu ainda não conhece o It's Noon, então, queridão, se conecte lá que é muito legal. A idéia, genial. E a pergunta, então...puts, não tem nada que continue a rima.


Clique aqui para o It's Noon.

18.3.12

O ÚLTIMO A DORMIR APAGA A LUA

Ali, na Avenida Rebouças, em frente ao HC. Naquele viaduto, na passarela. Onde tem o ponto de ônibus, chegando na Avenida Paulista, sabe?! Aquele lugar, pertinho do Túnel Noite Ilustrada. Passos antes, do lado esquerdo, pra quem sobe. Do direito, pra quem desce. Bem no instante onde nossa paciência começa a ser lenta feito o trânsito avenida abaixo.

Paro.

Outro dia consegui enxergar a frase, até que enfim. Cabeça no banco, sono no rosto, rosto no vidro. E o vidro, xará, no viaduto. Ali, na Avenida Rebouças, em frente ao HC. Naquele viaduto, na passarela. Onde tem o ponto de ônibus, chegando na Paulista, sabe?!

Ela está lá. Inspiradoramente provocante. Pra gente espantar o sono e o tédio. O medo de se perguntar demais, de pensar demais: o que mesmo que a gente faz quando o sol se põe? O que mesmo que a gente faz, quando o nosso sol se põe? Espera? Adormece pro tempo passar mais rápido? Ora, e espera uma providência divina pra ele vir mais rápido que o combinado, que o esperado?

Já tinha visto uma outra, bem forte também. "Em casa de menino de rua, o último a dormir apaga a lua". Pelo que li essa frase estava grafitada em algum lugar da Rua Augusta. A que eu vou contar não. Essa é de outro lugar. Ali, na Avenida Rebouças, em frente ao HC. Naquele viaduto, na passarela. Onde tem o ponto de ônibus, chegando na Avenida Paulista, sabe?!

É lá que quem não tem casa, por escolha própria ou de alguém que pode mais, mora. É a sala de estar, a cozinha e o banheiro dessa pessoa. Banheiro, cara! Banheiro. Parou pra pensar nisso? Aqui na rua de casa, aqui onde eu tenho casa, sala de estar, cozinha e banheiro, como todo mundo deveria ter, o Seu Vagner foi quem optou por ser o responsável oficial de apagar a lua todas as noites. Fez essa escolha consciente, me contou outro dia, em baixo do sereno. Apontou pra publicidade de cerveja num cartaz que o ajudava a se cobrir e disse:

- Isso aí, meu filho, é o que me fez vir parar aqui. Parei de brigar com a minha família há 13 anos, quando troquei minha casa por essa esquina. Aqui, ninguém me dá ordens, ninguém acha que sabe mais de mim do que eu mesmo. (Mesmo que elas estejam realmente certas, pensei).

Ele deixou a família, pois não deixava a bebida. Deixou a casa, a mulher, os filhos. Na rua, deixou as próprias ruas, saindo da zona norte, caminhando por aí até encontrar aqui, na esquina, um lugar. Quantos quilometros será que ele andou?

Aqui, me contou, deixou de beber. De beber, cara! E me disse pra dizer aos meus  amigos pra ter cuidado com isso de beber, sabe?! Ele deixou a família, pois não deixava a bebida. Aí, na rua, deixou a bebida, mas a família, ele me contou, já o havia deixado a essa altura.

Silêncio na Heitor Penteado.
O Seu Vagner está se levantando com calma, dificuldade, puxando a perna e a dor nela com muito cuidado para o mais alto que puder. O Seu Vagner já sabe há mais de uma década o que deve fazer quando o sol se põe.

Levantar-se e apagar a lua.

Obrigado por isso, Seu Vagner.
De verdade.

17.3.12

MAIS DO MESMO


Eu sou o Rubens Edwald Filho de mim mesmo.


Eu não entendo nada de filme, mas entendo do meu gosto, apesar de ser um pouco estranho na maioria do tempo. Zapeando a televisão ano passado, passei por um e acabei ficando, pois achei a história absurdamente irreal, e queria entendê-la. Eis que um ano depois eu consigo o filme novamente e o revejo, entre um trabalho e outro. E, para minha surpresa, ele continuou sendo absurdamente irreal. 

Com o título em português como "Triângulo do Medo", nome, aliás péssimo e pouco convidativo, a história passa-se em um navio em alto mar. Um grupo de amigos sai para velejar, encontra uma tempestade, sobrevive e acaba chegando em um navio que parece ter aparecido do nada. Clichê, né? Bom, até uns 20 minutos você tem a clara sensação que vai dormir se a história continuar nesse ritmo. E aí, amigão, tudo muda. O roteiro é tão bem elaborado, que o seu sono vai embora em segundos, e você passa a prestar atenção à cada detalhe para entender o que está acontecendo dentro da história.


Tudo bem que o filme não é nenhuma Brastemp, mas eu achei a proposta muito boa. Principalmente por fazer com que quem o assista fique com uma cara de paisagem achando que entendeu tudo, que manja muito de filmes, e aí, pluft, nada. A história começa tudo de novo, mas vista sobre outra ótica.

Eu não entendo nada de filme, mas entendo do meu gosto, apesar de ser um pouco estranho na maioria do tempo. Zapeando a televisão ano passado, passei por um e acabei ficando, pois achei a história absurdamente irreal, e queria entendê-la. Eis que um ano depois eu consigo o filme novamente e o revejo, entre um trabalho e outro. E, para minha surpresa, ele continuou sendo absurdamente irreal.

Tudo bem que o filme não é nenhuma Brastemp, mas eu achei a proposta muito boa. Principalmente por fazer com que quem o assista fique com uma cara de paisagem achando que entendeu tudo, que manja muito de filmes, e aí, pluft, nada. A história começa tudo de novo, mas vista sobre outra ótica.

Com o título em português como "Triângulo do Medo", nome, aliás péssimo e pouco convidativo, a história passa-se em um navio em alto mar. Um grupo de amigos sai para velejar, encontra uma tempestade, sobrevive e acaba chegando em um navio que parece ter aparecido do nada. Clichê, né? Bom, até uns 20 minutos você tem a clara sensação que vai dormir se a história continuar nesse ritmo. E aí, amigão, tudo muda. O roteiro é tão bem elaborado, que o seu sono vai embora em segundos, e você passa a prestar atenção à cada detalhe para entender o que está acontecendo dentro da história.


Ele tem um quê de "Feitiço do Tempo", outro filme muito legal pra ver, (Clique aqui para o trailler), mas é no sentido de trabalhar com a repetição e como essa mudança de visão e postura de um personagem interfere em toda a história, mas as coincidências param aí pra mim.

Claro que não vou contar o filme, muito menos seu final, se é que existe um final para ele, mas o desfecho é a parte mais genial da história. Quando o vi de novo me lembrei muito dos instantes finais de "Terror em Silent Hill" (aqui tem o trailler), que também acho muito bom, mas as histórias são diferentes.
ou não.

Para ler uma crítica de verdade sobre "Triângulo do Medo" clique aqui.

16.3.12

CINEMA #2 ED SÁRT ARP FRENTE!

Segundo encontro do Curso de Cinema da Escola São Paulo. Entre chuvas e risos, sobreviveram todos à essa primeira semana de aula. Expectativa pra saber o que vem por aí, mas por terça e quinta-feira dá pra sentir que a gente vai se divertir e trabalhar muito. Não necessariamente nessa mesma ordem. Aliás, não necessariamente as duas coisas.

     

O grupo é ótimo: espirituoso, divertido, eterogêneo. Uma mistura muito bacana que bota na mesma sala, e nas mesmas expectativas, gente de profissões tão distintas, mas de amores em comun: roteiro, luz, direção... A expectativa é a maior e melhor possível, pois acho que podem nascer amizades inspiradoras nesse grupo. De verdade. Tem uma vibe ótima, que faz a gente subir a Rua Augusta, 22h50, brincando e cantando - na chuva, como se nos conhecéssemos há tempos. Na verdade esse foi o segundo encontro apenas. Viva!

Às quintas-feiras as aulas são mais práticas e ficam à cargo do Bruno Carneiro, coordenador e responsável por essa costura teorica - técnica do curso de cinema. Na quinta, além de lançar o desafio de já começar a pensar em um curta metragem que faremos no segundo semestre, conversamos muito sobre essa descontrução do produto filme. Quais são os profissionais envolvidos na criação de um filme como o Cidade de Deus, por exemplo? Toda vez que eu vejo eu penso: poxa, mas só o diretor ganha a fama? Mas tem tanta gente envolvida pra fazer essa história acontecer, né? Nessa aula pude entender um pouco mais sobre esses outros "alguéns" que fazem um filme sair da cabeça do diretor e ganhar forma nas telas de cinema.




E quanta gente, né? Incrível. E pensar que tem filme que é ruim pacas quando a gente vê e pensa: nossa, quem horrível isso. É como se a gente dissesse para 200 ou 300 pessoas que "cara, teu trabalho ficou zuado. Na moral...". Mas ao mesmo tempo é legar saber que o som, por exemplo, é uma das partes mais espetacules de um filme. Sem um áudio de boa qualidade, o filme torna-se inassistível. Ah, e também aprendi com o Pedro que existe um cara que só cuida do foco da câmera. Cara, um mano que só cuida do foco! Nunca imaginei que existisse isso. Em tempo, o Pedro quer se especializar nisso. Whattt, Pedro?!?!?!

A turma é ou não é especial e promissora? Gente querida! Curti muito!

Próxima aula de Historia do Cinema na terça-feira, dia 19. Para ela será preciso assistir:



(filme completo)

Já para a quinta-feira, 22, a dica é:



Algumas das coisas contadas em sala de aula pelo Bruno podem ser encontradas aqui.

Já as informações oferecidas pela Carolina Pedrosa, sobre fotografia, uma apresentação dos recursos de imagem pode ser conferidas
aqui.


15.3.12

CO-PENSAR?

A ideia é simples e não requer prática nem tampouco habilidade. O Jornal Cidadania , ligado à Fundação Cásper Líbero, me fez um convite (aliás, muito grato a eles) super legal. A ideia era que eu fizesse um artigo, inicialmente falando sobre o trabalho de uso de Tecnologias de Informação e Comunicação - TICs no processo de aprendizagem. Daí, me veio uma ideia à cabeça que podemos tentar. E quero convidar algumas pessoas a isso. É assim: ao invés de o Tony escrever o artigo, somente, eu quero convidar alguns amigos queridos a co-criá-lo junto comigo. 

Na prática vai ser assim: eu vou escrever algumas linhas sobre como um trabalho em rede pode ajudar a transformar as coisas, mudar processos, enfim, gerar algum tipo de mudança na sociedade. Nessa, vou convidar uma pessoa para continuar esse texto junto comigo. Se ela topar, ela continua escrevendo. É importante cuidar para que o raciocínio tenha uma lineridade, mas, ali, no seu trecho, é você escrevendo. Pode colocar os seus conhecimentos, suas ideias, o que você quiser, desde que esteja dentro do tema proposto.

Depois que essa pessoa escrever ele deve procurar um amigo que, na visão dela, vai contribuir com o artigo, o enriquecendo com ideias, visões, enfim, o tornando mais rico. Importante: essa pessoa escolhida, e todas as demais, precisam ser ativas na internet e no Facebook, senão a corrente para. Teremos pouco tempo e ela precisa contribuir rapidamente e fazer a roda girar, convidando uma outra nova pessoa.

Tudo entendido? Dúvidas?

Desafios:
- Não deixar a rede parar: sempre convidar pessoas ativas na rede, com presença no Facebook, para que ela possa escrever a parte dela o quanto antes.

- Vai ser preciso cuidar de sua parte na escrita, pois todos tem que ter seu espaço de escrita. Se você escreve muito, alguém vai ficar de fora.
- Apenas 2 mil caracteres: infelizmente, é esse o tamanho do espaço que teremos. Nem mais, nem menos. Ou seja, quando chegar nos dois mil toques, o artigo terá que ser encerrado.

- Você deve colocar sua essencia na escrita, mas ela não pode variar tanto em forma e conteúdo, pois precisamos criar uma linearidade no texto. Se um falar de arroz e outro de feijão, ai não vai rolar. Fechou?

- Depois de escrever a sua parte, escolha com muito cuidado e carinho, e amor e atenção, quem vai continuar a escrever. Não esqueça: ele deve ser uma pessoa com acesso facil e constante à rede.
- Prazo: temos até o domingo à noite para que todos dêem suas contribuições!

- Não esqueça: coloque seu nome completo e profissão depois de escrever sua parte.

- Toda a construção desse artigo irá acontecer no Facebook.

E a última de todas: esse é um grande desafio no sentido de colaboração. Se não funcionar, se não rolar, tudo bem. O desafio, ao menos, foi aceito. E não vamos nos sentir frustrados.

Veja alguns artigos publicados no Jornal Cidadania.
http://cidadania.fcl.com.br/muito-alem-de-belo-monte

SOBRE FUTEBOL E COMUNICAÇÃO

Como diz o Marcelo Tas, quando a gente cria um blog acabamos virando Roberto Marinho de nós mesmos. Faz sentido. Se bem que o que tem rolando de Almicares aí...


Essa semana eu vi uma chamada produzida pela comunicação do Real Madrid que achei bem legal. Nela, Casillas, Higuín entre outros, convidavam os torcedores a irem ao Santiago apoiarem o Real no jogo de volta pela Liga dos Campeões contra o CSKA. O time de Cristiano Ronaldo venceu por 4x1. O vídeo é simples, apesar de querer ser meio poético.


Abaixo, e veja.



E aí, quando vi o filme eu pensei: cara, algum dia os clubes brasileiros vão cuidar mais de sua comunicação institucional? Será que algum dia teremos, numa semana de Libertadores ou jogo decisivo do Brasileirão, um filme parecido com esse? Ou, sei lá, uma ação de comunicação interessante nesse sentido? Claro, eu não sou jornalista esportivo e não sei do dia a dia, mas sempre tenho a impressão que os clubes criam uma assessoria de imprensa e pronto. Já acham que isso é suficiente. Afinal e contas, vão viver por demandas, mas não de forma criativa, criando ações com o marketing.
Quando o Flamengo - Minha Vida, Meu Amor, fechou a parceria com a Olympykus, me lembro, rolou um comercial no intervalo da novela das 21h. Acho que foi só para o Rio, pois eu estava na Globo Rio, mas achei a ação super legal. No intervalo da novela, um comercial pra contar pra todo mundo que ela passava a ser a marca oficial do clube? Poxa, legal, né?

Clique abaixo pra ver.



Mas, fora isso, e um ou outro vídeo, campanha, os clubes / patrocinadores investem nesse tipo de comunicação no Brasil? Isso é uma pergunta, pois eu realmente não acompanho tão de perto. É só uma percepção minha que eles não fazem tanto. 
Aqui no Brasil eu gosto muito da comunicação do Santos. Ano passado, durante o Mundial, eles fizeram várias coisas legais nas redes sociais para aproximar o torcedor do clube. Até os treinos abertos eram gerados, ao vivo, via Youtube, pra rede. Gosto mesmo disso.Na época do Ronaldo, o Corinthians também fez muito coisa legal.

A mesma Olympykus, acho que ontem, fez um comercial com o Roger - cada um tem o craque que merece - para lançar a nova camisa do Cruzeiro. Tudo bem que o comercial não é nenhuma Brastemp, mas a iniciativa é bacana.






E a pergunta fica: um dia teremos comunicação institucional de clube de futebol mais ativa que passiva?


Em tempo, se o seu time, assim como o meu, tem logomarca do BMG, aqui vai um dica para sumir de vez com essa parada laranja gigante na sua camisa. Agora, vai ficar daquele jeito maravilhoso, né...



14.3.12

OFICINA DE CINEMA #1

Como é divertido desaprender para aprender tudo de novo, né? Não desaprender o que já aprendemos, mas desamprender a aprender, e criar novas formas, novas maneiras, novos caminhos de colocar o que se preste dentro da nossa cabeça. Ontem foi primeira aula com Cássio Starling Carlos, professor de História do Cinema nessa empreitada que é o curso "1 Ano de Cinema: Do olhar ao curta-metragem". Até havia me esquecido como era essa coisa de estudar, de ficar 2, 3 horas lá, ouvindo e pensando, não vendo a hora de botar tudo aquilo em prática, de transformar conhecimento em produtos. E olha que ainda estávamos na História do Cinema...

Entre vários conceitos e muitas histórias, uma boa Fanta Uva, uma Rua Augusta vazia de gente de sã, pudemos ver trechos de produções muito antigas. De 1895, uma sequência de filmetes dos Irmãos Lumière, as primeiras experiências do que a gente hoje vê com óculos 3D da Disney. Cássio contou tanta coisa, que não dá para colocar aqui. Faça o curso. É bacanudo.

La sortie de l'usine Lumière à Lyon

L'homme a la tête en caoutchouc

L'arrivée d'un train à La Ciotat

Baby's lunch

Partie de Cartes



Démolition d' un mur



Pouco tempo depois, em 1902, foi a vez de Georges Méliès fazer experimentações.  O Cassio trouxe pra gente uma versão restaurada e colorida do "Viagem à Lua", mas não consigo encontrar na internet. Acho que ainda não está disponível. Essa nova versão foi produzida graças à uma doação de um apaixonado por cinema, que ninguém conseguiu identificar ainda, mas que entregou uma cópia colorida do filme, restaurada pela Technicolor e exibida pela primeira vez no Festival de Cannes, ano passado, 109 anos de seu primeiro lançamento.

Aqui, uma versão das muitas que rolam na internet.

Mais conversa, mais boas histórias, e mais um filme. Dessa vez do norte-americano David Llewelyn Wark Griffith - D. W. Griffith. Contou o Cássio, que a gente pode observar bem essa produçao de 1911, pois a estrutura da construção dramática do cinema norte-americano, até hoje, se baseia e muito nesse filme. Que engraçado, né? Eu sempre penso que a História, aquela com H, é construída como se fosse um passe de mágica. Será que o D. W. Griffith sabia que o jeito de ele fazer esse filme iria ajudar a construir uma forma de se contar histórias? Será que estamos construindo, agora, formas de se fazer coisas no futuro, e as pessoas vão lembrar da gente como eu estou lembrando agora do D. W. Griffith?

Luz, câmera, filme.

Turma bonita, turma bacana, e vamos que vamos que até o começo de dezembro tem chão, tem filme.

Tiago Luiz, parceiro de curso e pessoa que gosto bastante, juntamente com quem vos escreve essas tão mal traçadas linhas já deixamos uma dica importantíssima: não compre lanches em qualquer um dos bares da Rua Augusta sentido bairro. Eles vem com Césio 137. Eu fui testemunha e vítima de um deles.


Quer saber mais sobre a Oficina de Cinema? Clique aqui.
Quer saber mais sobre D. W. Griffith, então clique aqui.
Quer saber mais sobre Irmãos Lumière, então clique aqui.
Leia sobre a copia restaurada de "Viagem à Lua" clicando aqui.

13.3.12

QUAL É A CARA DO TERROR?


Acho que essa vale a pena. A fotógrafa britânica Lalage Snow fez um trabalho interesante com integrantes do exército escocês que estão em serviço no Afeganistão. Contam as matérias que Lalage fez uma série de entrevistas e registrou em imagens os soldados que foram para o Primeiro Batalhão do Regimento Real da Escócia em três momentos: antes de eles irem pro Afeganistão; três meses depois de chegarem por lá e dias depois de voltarem à Escócia.

Tanto nas entrevistas quanto nas fotografias, a ideia era buscar como uma guerra como essa transforma as pessoas que participam dela. Interessante a proposta e a execução. Nem tanto 8, nem tanto 80, mas é interessante.

 

Mais sobre isso na BBC Brasil clicando aqui.
E também no Portal do UOL clicando aqui.

12.3.12

3º, 2º, 1º, Terra

A dúvida que paira é: ter opinião própria é pleonasmo?  Já que uma opinião que não seja própria é, na verdade, repetição de algo?!

Essa semana a Rosana Hermann (minha web inspiration) postou um vídeo que achei sensacional. Tratava-se de uma experiência sobre a "psicologia da conformidade", gravada num elevador, em 1962. Nela, um grupo de atores / pesquisadores entrava no mesmo elevador que outra pessoa que não sabia que todos se conheciam, menos ela.  Ficou claro?  É tipo uma pegadinha do Ivo Hollanda, com atores e alguém que não sabe de nada participando de tudo.

Entre uma subida e outra do elevador, o grupo de atores se comporta de uma determinada maneira, mudando de lugar, de posição, enfim, sempre fazendo um gesto de forma coletiva para ver se a pessoa que estava li de paraquedas iria ou não se dar por vencido e, mesmo não entendo muito o motivo, repetir aquela determinada ação. Olha so que piração o resultado dessa experiência.


Por qual motivo a gente abre mão de nossa experiência pessoal de poder viver algo de maneira única, apenas por conta de um determinado grupo pensar dessa ou daquela maneira, e nos sentirmos obrigados a pensar igual para não fugirmos do padrão? Pois quem foge do padrão, quem continua olhando pra frente enquanto todos olham pro lado, certamente vai chamar a atenção. E parece que nunca antes na história desse mundo a gente quis passar tão de fininho como agora.
Estamos no elevador? Se sim, o térreo, por favor.

Mas, como tudo na vida tem o lado A e o lado B, há outras formas de usar o melhor de quem está ao nosso lado. O que tem aparecido de experiências colaborativas interessantes não tá escrito. Catarse e Benfeitoria, duas ideias bem legais, já são mais que conhecidas na área de buscar a sua rede para te apoiar a fazer acontecer projetos pessoais. Então, quero compartilhar outra experiência que achei muito bacana. É o Nós.Vc. Através dessa plataforma, você pode oferecer o que quiser e souber e pedir para aprender o que quiser e lhe der na telha. Sim, sim, qualquer coisa mesmo. O Nós.Vc é uma plataforma de Crowdlearning. Vale muito a pena conhecer essa escola sem muros.

   

Se liga:
Postagem da Rosana Hermann sobre o tema aqui.
Sobre o Brain Pickings aqui.
Página do Nós.vc aqui.

11.3.12

LUZ, CÂMERA E AÇÃO!

Nunca antes na história desse país, diria o poeta, eu assisti a tantos filmes em uma mesma semana. E a coincidência começa aí. Entre os dias 4 e 10 foram 12 produções diferentes. Alguns desses filmes eu revisitei, como foi o caso de Tropa de Elite 2 (por absoluta necessidade de reforçar que o "sistema, parceiro...o sistema é foda), mas os outros  eu vi pela primeira vez. Conheci, na verdade. Me lembrei de quando comecei a fazer oficinas de cinema, lá por 2002 ou 2003, com meu eterno edukator Renato Alves. Ele é um apaixonado e profundo conhecedor do cinema.

E foi com ele que comecei a prestar mais atenção em como um filme é feito, as etapas, etc. Confesso que talvez não tenha aprendido tudo que ele ensinou, mas uma certeza é certeza, o gosto pela sétima arte eu ganhei. Prova disso são os mais de 150 filmes que estão em minhas estantes em casa, que vira e mexe eu dou uma olhadinha. Mas o legal mesmo é ver coisa nova. Por isso me cadastrei no NetMovies (recomendo!), que me permite ver filmes on line e me entrega até 26 filmes por mês em casa, a minha escolha.

E dizer isso tudo para quê? Na próxima terça-feira volto, enfim, a estudar. O curso chama-se  Do olhar ao Curta-Metragem e acontece na Escola São Paulo, ali na Rua Augusta. Entre os professores Cássio Starling Carlos, Di Moretti, Lina Chamie, Eduardo Santos Mendes, Louis Robin e Laís Bodanzky, além de palestrantes como Marcelo Tas, entre outros. Bom, né?

Para comemorar essa nova fase, fui buscar o filme que mais me lembra as aulas do Renato até hoje. Ele passou esse filme pra gente tem tanto, tanto tempo, e me lembro como se fosse hoje. A nossa cara de espanto, como quem diz: cara, sério que acharam isso bom um dia? E hoje cá estamos nós, reivetando o paint para fazer animação e ganhar dinheiro.




Sobre o curso de cinema clique aqui.
O Renato tem um blog super bacana de cinema. Olha aqui.
Não conhece o NetMovies? Ó.

KONY 70 MILHÕES?

A cada 10 atualizações da minha timeline do Facebook essa semana, 5 tinham o nome "Kony 2012" e o viral produzido pela Invisible Children, organização não governamental que promove o cuidado com os direitos das crianças em todo o mundo. Jogado nas redes sociais no dia 5 de março, ontem, dia 10, já havia passado de 70 milhões de visualizações no Youtube. Quer comparar? A famosa Susan Boyle, fenômeno da web, conseguiu ter esse mesmo número de visualizações com 6 dias. Ou seja, se Susan tem o vídeo considerado o visto mais rapidamente da internet, "Kony 212" já tomou essa posição. E sobre o quê fala esse tal filme?

Joseph Kony é considerado um dos criminosos de guerra mais procurado do mundo. Kony é líder do Lord’s Resistance Army, um grupo terrorista de Uganda, que ficou conhecido por sequestrar garotos, os transformando em guerrilheiros. Como o seu rosto não era muito conhecido no mundo, dizem os sites, Kony conseguiu fugir muito facilmente entre os países africanos sem ser incomodado. Ou sem ser muito incomodado.

Se você também quer ver o filme de pouco mais de 30 minutos é só clicar abaixo. A rede, sempre ela, já tratou de conseguir traduzir o documentário para o português.




Agora, seria legal ler esse artigo antes de sair compartilhando nas redes sociais. Ele conta alguns outros lados sobre a história de "Kony 2012". E tem um trecho assim.
"
As redes sociais são uma forma incrível para distribuir e compartilhar informação, mas elas não dispensam as pessoas da responsabilidade de fazer sua própria pesquisa ao invés de somente acreditar em qualquer coisa que eles veem em um vídeo porque todos os seus amigos gostaram dele".
Clique aqui para ler o artigo.

Outro material legal é esse escrito pelo Carlos Castilho para o Observatório da Imprensa. Ele trata o modo como a mídia do mundo vai tratando o caso. Clique aqui e leia.

6.2.12

FICAM OS DEDOS. OS DEDOS?


Seja forte. O texto a seguir pode mudar a sua infância.






"Porque eu não tinha tempo para desenhá-los. Uma pergunta direta, uma explicação verdadeira e poderíamos terminar por aqui. Mas ainda sobrariam algumas dúvidas que acho bom tentar esclarecer, em homenagem e respeito aos leitores. Lá no começo, bem no comecinho da minha carreira de desenhista, os personagens vinham nascendo com grande dificuldade. Eu ainda não dominava nem ritmo, nem traço. Os roteiros nasciam de sinopses trabalhosamente repetidas, re-ajeitadas, até me indicarem um caminho com começo, meio e fim. Daí vinha a difícil tarefa de "vestir" o roteiro com desenhos onde o mais complicado era manter os personagens parecidos, quadrinho após quadrinho. O lápis funcionava bastante mas a borracha trabalhava muito mais. Só depois da definição dos traços é que chegava a hora igualmente trabalhosa, mas monótona, de usar a tinta nanquim nos personagens, cenários, letras, balões... e finalmente a limpeza, com muita borracha, de novo. E aqui ou ali, uma raspada de gilete num traço mal feito. O papel grosso, alemão, da marca "schöeller" agüentava muitas refações. Ainda bem.


‎"E mais um detalhe a ser confessado aqui: eu usava caneta para arte-final com nanquim. Ao contrário dos meus "colegas" de outros traços, que conseguiam suas maravilhas com pincel.Eu bem que tentei, mas o tipo de desenho que nascia do meu pincel não era o que eu gostava. Preferia o traço firme, forte, das penas com bico redondo. A tinta vinha com a energia e a velocidade que eu precisava. Tempo era fator de sobrevivência, naquelas circunstâncias.


E se os primeiros personagens, de tanto serem refeitos, podiam se dar ao luxo de contar com maior número de detalhes, os que viriam depois nasciam já enxutos, quase que como desenhos pedagógicos. Mas era o que dava pra eu fazer. Não tinha auxiliares, trabalhava sozinho em roteiro, desenho e tinha que manter três tiras diárias na Folha.

Quem analisar a cronologia do "nascimento" dos personagens, vai verificar que o primogênito Franjinha veio com roupinhas bem transadas, sapatos, meias, calça pintada de preto e até cuidadosos "pingos" de nanquim para indicar a característica franja.

O Bidu, nascido na mesma época, também tinha seus detalhezinhos acurados, do mesmo modo que o Cebolinha, personagem secundário na série "Bidu e Franjinha". O Cebolinha até que tinha mais cabelos no começo. Mas daí o tempo começou a correr muito rápido, "comendo" cada vez mais histórias. Enquanto que os roteiros pediam novos personagens. Então separei o Cebolinha numa série independente, cortei muitos dos seus cabelos e fui buscar o Cascão para lhe fazer companhia. E o pobre do Cascão, prejudicado pela minha falta de tempo, "nasceu" sem sapatos. ‎"Não dava tempo de ficar desenhando sapatinho, meias, nada, na minha produção angustiante.



Não dava tempo de desenhar nem os dedinhos dos pés.
Os personagens secundários que iam chegando, "sofriam" do mesmo tratamento.
Foi assim com a Mônica e depois com a Magali.
E não dava para tirar os sapatos dos que já tinham.
O público já se acostumara com eles daquele jeito.
O Chico Bento também já havia nascido em outro jornal (Diário da Noite), ainda na época do detalhamento. Por isso não tem sapatos mas pelo menos tem aqueles dedões nos pés.
Com o passar do tempo, o sucesso dos personagens e a possibilidade de montar uma boa equipe de artistas para me auxiliar, veio a possibilidade de criar personagens mais "requintados" em detalhes.
Mas... como alterar figuras, traços, desenhos dos personagens já existentes que conquistaram o público mesmo sem sapatos?

Ficaram assim.

Não diz uma velha história que o homem feliz não tinha camisa?..."